Programa Comemorativo do 50.º Aniversário do 25 de abril de 1974
No âmbito do Programa Comemorativo do 50.º Aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974, preparado por uma Comissão das Comemorações, plural e alargada às entidades e comunidade, na Câmara Municipal, num trabalho realizado pelo Arquivo Municipal, temos vindo a reunir um conjunto de testemunhos com Memórias de Abril, nas suas mais diversas dimensões, interessantes retratos de época, conversas com sabor a Liberdade, que serão regularmente publicados a partir de abril de 2024, nos meios municipais e nos jornais locais.
Se gostaria de partilhar o seu testemunho ou de algum familiar ou amigo não hesite em contactar/nos na câmara municipal / 289 840 019/ municipe@cm-sbras.pt.
Procuramos também fotografias de 1974, mas também ilustrativas dos tempos que se viviam antes e dos tempos que depois se viveram! Agradecemos a colaboração de todos!
AURÉLIA PEREIRA
Seguimos a nossa viagem por Memórias de Abril, na companhia da D. Aurélia Parreira, que viúva de Júlio Parreira, autarca que desempenhou o cargo de Presidente da Câmara Municipal, antes da Revolução de 1974.
Aurélia Gago Fernandes Parreira nasceu a 21 de janeiro de 1943, em São Brás de Alportel, onde sempre viveu e trabalhou, desempenhando a função de segunda-ajudante do Cartório Notarial de São Brás de Alportel, local onde acompanhou a história da vila.
Enamorada pelas artes da pintura e da fotografia, tem vindo a apresentar os seus trabalhos em diversas exposições patentes nos diversos locais culturais do concelho.
A paixão do colecionismo é um farol na sua vida que a leva a guardar inúmeros artigos, das mais diversas áreas, num trabalho de exímio cuidado com a Memória da comunidade. Elemento ativo do núcleo de colecionismo local, colabora regularmente com iniciativas, partilhando do seu saber.
Aurélia casou no ano de 1971 com Júlio José Vargues Parreira, que desde 31 de março de 1960 exercia o cargo de Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, cargo que ocupou até 31 de março de 1972. Recorda o autarca como acérrimo defensor da causa pública, pugnou pela implementação de melhoramentos e criação de estruturas básicas, como a construção de um bairro, do Hospital José Lourenço Viegas e do Mercado Municipal.
Aquando ocorreu o golpe militar Aurélia Parreira trabalhava no Cartório Notarial e soube dos acontecimentos via rádio, quando se deslocava, nessa manhã, para o trabalho. Todavia foi um dia normal, continuando tudo a funcionar normalmente, sem incidentes, quer no seu posto de trabalho quer nas restantes repartições públicas que funcionavam no edifício dos Paços do Concelho.
A transição harmoniosa e pacífica foi aliás uma nota muito relevante da história da vida política e social são-brasense, onde o respeito pelo passado e pela Terra esteve sempre no lugar cimeiro.