João Vitor, 38 anos, natural do sítio dos Gorjões e Maria Barros, 35 anos, natural da Moldávia, casados há 13 anos, são ainda colegas de trabalho, na empresa que juntos criaram.
JVB Alumínios surgiu em 2015 e é uma empresa de Fabricação de portas, janelas e elementos similares em metal sediada em São Brás de Alportel.
Uma equipa que já conta com 6 elementos, maioritariamente, sambrasenses, tem feito sucesso pelos serviços de qualidade.
ENTREVISTA
Visto que não são de São Brás de Alportel, como é que surge a vossa ligação a esta terra?
João: Já há muitos anos! Eu sempre trabalhei aqui numa empresa que era a TransforSul, estive lá cerca de 10 anos, até fechar. Mais tarde abri o meu projeto e escolhi São Brás para o fazer.
Ou seja, de há 20 anos para cá a minha vida tem sido feita toda aqui, nos Gorjões é só para ir dormir.
Maria: No final de 2006 vim para Portugal. Entretanto, tive a minha filha, depois retomei os estudos na Universidade do Algarve e concluí a minha licenciatura. Mais tarde estagiei no Centro de Reabilitação do Sul e comecei a frequentar mais São Brás e hoje trabalho aqui. É como o João diz, só vamos aos Gorjões para dormir.
Porque achas que era importante este tipo de projeto em São Brás?
João: Isto tem tudo uma história engraçada de como surgiu a empresa… Nunca tinha tido planos de fazer uma empresa. O que aconteceu é que a empresa onde estava fechou, mas eu comecei a ter alguns clientes antigos a contactar-me para fazer serviços.
Comecei a enteirar-me do assunto, a entrar dentro do ramo, às vezes mandavam-me fazer janelas e não tinha o material, ia comprar as janelas e depois ia só montar. Mas foi assim que tudo começou.
A empresa foi crescendo e tendo sucesso e fui buscar algumas pessoas que estavam no desemprego, antigos funcionários da Transforsul, como o Flávio e o Emanuel.
– Que tipo de serviços é que vocês disponibilizam?
João: PVC, Fabrico de instalação de castilharia de alumínio, derivados, vidro temperado, laminado… Tudo o que engloba esta área.
– Têm tido uma ação solidária bastante ativa junto de algumas entidades. Podem contar um pouco?
Maria: Sim, já ajudámos algumas instituições e pessoas em particular que não tinham posses, mas nós não gostamos de divulgar isso. Fazemos porque queremos, não para mostrar nada.
E em relação aos Bombeiros?
Maria: Os Bombeiros foi um mero acaso. Oferecemos uma formação aos nossos funcionários nos Bombeiros e ouvimos que estavam com problemas no isolamento do bar, entrava frio e chuva.
João: E eu na brincadeira até disse e se colocássemos alumínios novos? Mas eles nunca pensaram que nós o íamos fazer. Ficaram muito agradecidos. Esta foi a primeira ação.
Maria: Numa segunda vez, foi nos pedido um orçamento e nós fizemos e entregámos. No final da obra o João virou-se e disse “isto vai ser oferecido também”. Até ficaram emocionados, desta vez não estavam mesmo à espera.
João: Nós também ficámos muito contentes. Eu gosto muito de receber, mas também gosto muito de dar e ver a reação da outa pesssoa. Basta ver um sorriso na cara.
Enquanto casal e gerentes da JVB une-vos o vosso cariz solidário. Como surge esta vossa essência?
João: A vida felizmente não tem corrido mal para a gente. Não é que tenha ganho balúrdios de dinheiro. Mas eu sinto que podemos dar sempre um pouco que não nos vai faltar.
Maria: Isto também vem com base na nossa educação. Eu não sou de cá, mas nós temos algumas coisas em comum e nós nunca duvidámos que as ofertas ainda nos une mais.
Que conselhos é que vocês dão a jovens empresários que queiram começar um projeto?
Maria: Acreditarem neles mesmos e sejam solidários.
João: Que lutem pelos sonhos, mas sempre com o pé bem assente na terra e tentar estar junto das pessoas certas e ser o máximo honesto.
É importante também ter uma equipa boa para podermos começar e que tenham em mente sempre a honestidade e a qualidade do serviço.