PILAR PUYANA CONTA HISTÓRIAS ATRAVÉS DA AREIA
PILAR PUYANA CONTA HISTÓRIAS ATRAVÉS DA AREIA
“ (…) sim, utilizo a areia de Cadiz, primeiro e de forma mais poética, é que me faz sentir ligada à minha terra de origem e traz-me memórias muito felizes.”
Pilar Puyana, 50 anos, animadora de areia, natural de Cádiz, mas a viver em São Brás de Alportel, participou no programa nacional “ Got Talent Portugal” com uma prestação brilhante no dia 10 de abril que deu a conhecer este tipo de arte ainda pouco falada.
A viver há cerca de 20 anos entre São Brás de Alportel e Espanha, Pilar, encontra na natureza e no sossego da nossa vila, a paz que precisa para trabalhar e inspirar-se nas suas obras.
Formada em Ilustração, Dança e Música, Pilar começou a fazer animações em areia durante a pandemia quando o trabalho começou a escassear.
Fernando Guerreiro, o seu companheiro, foi o grande impulsionador da sua participação no Got Talent Portugal e é também o seu braço direito nos trabalhos em areia, narrando a história e Pilar conta-a através da areia com a caixa de luz.
ENTREVISTA
É natural de Cadiz. Como surge a vinda para São Brás de Alportel?
Após algum tempo a estudar e a trabalhar em Faro, comecei a procurar um lugar mais calmo para viver. São Brás de Alportel foi amor à primeira vista. Estava no centro do Algarve e permitia-me estar perto do local de trabalho e da Natureza que é tão importante para mim.
O que mais gosta em viver cá?
A proximidade com a Natureza, a calma e segurança da vila que é ideal para quem tem crianças. Também gosto imenso da simpatia das pessoas e da proximidade que se consegue criar para nos juntarmos e criarmos arte a partir de uma zona do país que normalmente fica arredada dos grandes circuitos artísticos.
Como surge este talento de fazer animação na areia?
A minha formação artística é em ilustração, dança e música. Então, procurei uma técnica em que pudesse juntar todas estas valências e criar espetáculos envolventes e originais. O facto do meu marido trabalhar como narrador também teve alguma influência, uma vez que me fez pensar em formas de o acompanhar e dar outra dimensão aos seus espetáculos.
Onde se inspira para as suas obras?
Em contos que escrevo, nos livros que leio, em sonhos que tenho, na Natureza que me rodeia, nas minhas filhas e em tudo o que me toca de perto e apaixona.
Qual é o papel do seu esposo, Fernando, na criação e narração das histórias?
O Fernando já trabalha há vários anos como narrador, actor, escritor e ultimamente também como músico. Partilhamos a vida há já 23 anos e ao longo deste tempo temos construído muita coisa em conjunto.
No caso do meu trabalho como animadora de areia, foi o caminho lógico de seguir. No entanto, já tive oportunidade de trabalhar com outros artistas.
É verdade que utiliza areia de Cádiz? Porquê?
Sim, é verdade. Por várias razões, a primeira das quais, e a mais poética, é que me faz sentir ligada à minha terra de origem e traz-me memórias muito felizes.
Em segundo lugar, porque a dimensão do grão de areia é a mais adequada ao trabalho que realizo. As praias de Cadiz são muito fustigadas pelos ventos e isso faz com que a areia me chegue já com um elevado grau de pureza. Tenho estado a testar outras areias das praias do Algarve, mas, ainda não localizei um grão que se adeque ao meu trabalho.
Como foi participar no Got Talent Portugal?
Foi uma experiência bastante enriquecedora. Para começar foi uma surpresa, pois foi o meu esposo quem me inscreveu, mas depois de entrar na produção do programa, gostei, pois, fez-me aprender como funcionam os bastidores da televisão e como tenho de preparar os meus espetáculos para este tipo de meio audiovisual.
Tive ainda a oportunidade de conhecer alguns artistas de grande nível.